-Belas noites me desejo,
A vida, as pessoas, o caminhar, a ação e a reação, o despertar, a decisão, a cautela, os movimentos, o existir... Tudo inspira, suspira, e por fim, expira. Ou algo parecido.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Vontades urgentes
Feedback e Retórica
amor que não cabe nos olhos
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Poema 44
toda segunda eu penso que é terça
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Tan solo hazlo tú
Jacques Bonhome
Delírio na extenuação (ou, Entusiamo)
Alma cansada
Luz apagada
Coragem no fim
Finca-pé
Um suspiro
Cierro los ojos
En tus secretos
Na Holanda
Olhando duas moças
Passando
Semitas orando
Bicicletas e... Ah!
Daniel Aguiar.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Le mond tourne lui même
Ontem a manhã me acordou
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Aos meus progenitores
De um levo os sonhos
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Decurso
No afago do teu peito
sábado, 28 de maio de 2011
Sem Cessar
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Acordei, (zumbi em) zombei de mim
Acordei. Costumeiramente montei meu sanduíche de pão sírio, peito de peru e cheddar. Um cappuccino pra acompanhar. Com os olhos já realmente abertos percebo uma estranha sensação. Sinto-me um zumbi, cópia de mim mesmo – sem ato ou reflexo – caminhando pela imensidão arquitetônica, meu cárcere isolante de outros mundos. A janela mostra o quadro ilusório e dinâmico, objeto da minha sedução. Cedo é o pensamento voando, volando por el aire, rarefeito. Pensamentos desfeitos em poesia que agora assopro os versos. Ali mesmo o refugo da alma defenestrei... Longe. Longo passa o tempo. Vendo uma nuvem sorrir a mim – ou seria de mim? – lanço ao universo: quantas horas cabem num segundo? Hesito continuar a contemplação assassina de meus deveres. Olho para trás; para dentro. A solidão dança com os pés soltos pelos curtos aposentos. Tudo é solidão. As fotos já não me conversam. Sigo pelo corredor, sempre à meia-luz, e o bolo na cozinha me chama. Mais uma vez hesito – não quero mais cinco quilos de ansiedade e solidão. A mesa posta de livros aponta meu rosto e grita solista: sente-se querido. E aqui me recolho, pois minhas vontades urgentes não passam ao decote do restante. O solilóquio recomeça.
Daniel Aguiar.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Que no olvido
A dona que se dane
terça-feira, 10 de maio de 2011
domingo, 8 de maio de 2011
No me supistes...
Preciso de ombros
(Des)ligar/(Re)ligar
Daniel Aguiar.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
quarta-feira, 4 de maio de 2011
domingo, 1 de maio de 2011
Circo e Circo
terça-feira, 19 de abril de 2011
Igual que ayer
Não. O amor não teve culpa. O amor não traz em si a culpa ou qualquer outro mal. Não na essência. A culpa foi não haver culpa para haver raiva e disfarçar a dor. A dor sim; havia. Houve por muito tempo. Uma dor de dar dó ré mi fá sol... E morrer num choro em sol. Um choro soluçante em mínima pontuada. Dor que só (vi)vendo. Mas assim não fosse, aquilo que era tão belo, com o (contra) tempo deixaria de ser amor. E já não valeria o sonho, pois o que não é amor acaba. E o que se passou terminou, mas sem deixar de existir; posto que sempre há de ser amor.
Tudo estaria bem. Não fosse o vazio que entrara logo que o amor se esvaia.
Daniel Aguiar.
quarta-feira, 30 de março de 2011
Politicagens
Café nem pão
Café nem pão
Café nem pão
- Comigo, agora vai melhorar!
Agora sim
Espetáculo e pão
Agora sim
Espetáculo e pão
Ai
Quando me pararam
No viaduto,
Cada panfleto
Era uma promissão
Ai
Vou depressa
Trabalhando
Vou lutando pelo pão
Que a benesse é pra
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente
Daniel Aguiar.
segunda-feira, 28 de março de 2011
Sentidos sem Coração

Cega anda a multidão.
Passos largos denunciam a pressa
Importantes.
Invisível a jornada
[longe de onde se deseja estar
Ouve-se um grito soturno.
-Dê-me pão!
Não há interesse pela questão.
-Dê-me (boa) educação!
O caminhar atrasado não se preocupa.
-Deixe-me brincar com um balão!
O tom pueril não emociona.
Cegos estão.
[Assim, cegos, permanecerão?
Daniel Aguiar
sexta-feira, 25 de março de 2011
Soneto a... Soneto!
Laços das mãos desfeitos de repente
No croqui nos pintavam distantes
E logo doíam as pontadas do amor humilhado
Jurei o amor eterno e foram juras
Jurastes eterno amor e foram cruas
No abraço, beijo forte, arrocho, jaziam juras
O olhar, cada minuto, minhas poesias foram tuas
Mas restou o amor corrompido
E a lição que meu peito aprendeu
Não é o fim se tudo está ruindo
Julieta só abandonou o Romeu
É tempo de viver sorrindo
O canto da sereia inda lapido!
Daniel Aguiar.
quinta-feira, 24 de março de 2011
Ver pra Ser
Tortura vier lhe abraçar?
Saberá ser homem decente?
Vai de impropérios se armar?
Que há de ser da tortura se a bondade
Um desconcertante beijo lhe der?
Caberá a dor seguir sozinha, e
O martírio à caridade se render?
Que há de ser de mim se a terna
Solidão infeliz vir a deixar-me?
Caberei em teu coração?
Soará o sino – o alarme?
Que há de ser do amor noutro ninho
Noutro seio que leito há de ter?
- Vá viver, já estás crescidinho!
Pra saber enfim que há de ser.
Daniel Aguiar
terça-feira, 22 de março de 2011
Visão da Esfinge
Os corpos bailando como um só
É festa, pois cai roaz opressor
Qual em oitenta e cinco,
Oitenta e nove. Qual um muro
Emergindo os escombros em pó
Outros, da dureza imanentes,
Qual Ló ao olhar para trás, estatizam
E vêem-se perversos num reino quimérico
Que ora posto está a ruir
E de longe, da Clássica, ecoa
A ansiada, a tenaz sinfonia
É a leve voz da liberdade
Avisando que trata a toda ligeireza
E traz com ela a amiga alegria
(11/02/2011)
Daniel Aguiar
domingo, 13 de março de 2011
Impulso ao fluxo inexorável (ou A um próspero ano)
Amanhecerá
Se abençoar co’a mãe e ser ar
Vá lá
Voar
Voilà
Daniel Aguiar.
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Fatuidade Moral
É coisa que o coração não precisa.
É remédio na dose errada.
Como uma “bolsa de valores”,
Que de valor não tem mais nada.
Daniel Aguiar.
Noite de Verão (Sonhos de uma,)
Há uma dança lá no alto,
[e eu vejo movimentos piscados,
Ritmados.
Há grande festa lá no alto
[e o tapete vermelho é azul.
Há linda festa lá no alto
[enquanto aqui me esfrio com o melhor da brisa.
Há uma festa lá no alto
[e eu não vou entrar
sem antes viver mais um pouco dessa linda noite de verão.
Daniel Aguiar.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Face Oculta
Lugar em que sucesso é bicho cego – e sem bengalas,
Descreio ao pensar
Não acreditar em nada.
E, acabo creditando tudo.
Desfalecendo mudo.
Como se fosse traído.
Como se fosse traíado de smoking,
Onde o traje é esporte fino.
Daniel Aguiar