quarta-feira, 30 de março de 2011

Politicagens

Sem
Café nem pão
Café nem pão
Café nem pão

- Comigo, agora vai melhorar!

Agora sim
Espetáculo e pão
Agora sim
Espetáculo e pão

Ai
Quando me pararam
No viaduto,
Cada panfleto
Era uma promissão
Ai

Vou depressa
Trabalhando
Vou lutando pelo pão
Que a benesse é pra
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente

Daniel Aguiar.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Sentidos sem Coração


Cega anda a multidão.
Passos largos denunciam a pressa
Importantes.
Invisível a jornada
[longe de onde se deseja estar
Ouve-se um grito soturno.
-Dê-me pão!
Não há interesse pela questão.
-Dê-me (boa) educação!
O caminhar atrasado não se preocupa.
-Deixe-me brincar com um balão!
O tom pueril não emociona.
Cegos estão.
[Assim, cegos, permanecerão?

Daniel Aguiar

sexta-feira, 25 de março de 2011

Soneto a... Soneto!

Zelo algum prestastes ao que nos havia restado
Laços das mãos desfeitos de repente
No croqui nos pintavam distantes
E logo doíam as pontadas do amor humilhado

Jurei o amor eterno e foram juras
Jurastes eterno amor e foram cruas
No abraço, beijo forte, arrocho, jaziam juras
O olhar, cada minuto, minhas poesias foram tuas

Mas restou o amor corrompido
E a lição que meu peito aprendeu
Não é o fim se tudo está ruindo

Julieta só abandonou o Romeu
É tempo de viver sorrindo
O canto da sereia inda lapido!

Daniel Aguiar.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Ver pra Ser

Que há de se do amor se a valente
Tortura vier lhe abraçar?
Saberá ser homem decente?
Vai de impropérios se armar?

Que há de ser da tortura se a bondade
Um desconcertante beijo lhe der?
Caberá a dor seguir sozinha, e
O martírio à caridade se render?

Que há de ser de mim se a terna
Solidão infeliz vir a deixar-me?
Caberei em teu coração?
Soará o sino – o alarme?

Que há de ser do amor noutro ninho
Noutro seio que leito há de ter?
- Vá viver, já estás crescidinho!
Pra saber enfim que há de ser.

Daniel Aguiar

terça-feira, 22 de março de 2011

Visão da Esfinge

Uníssono coro cantando
Os corpos bailando como um só
É festa, pois cai roaz opressor
Qual em oitenta e cinco,
Oitenta e nove. Qual um muro
Emergindo os escombros em pó

Outros, da dureza imanentes,
Qual Ló ao olhar para trás, estatizam
E vêem-se perversos num reino quimérico
Que ora posto está a ruir

E de longe, da Clássica, ecoa
A ansiada, a tenaz sinfonia
É a leve voz da liberdade
Avisando que trata a toda ligeireza
E traz com ela a amiga alegria

(11/02/2011)
Daniel Aguiar

domingo, 13 de março de 2011

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